Estou grávida! Para algumas mulheres, essa descoberta é uma alegria; para outras, um susto. São vivências intensas e por vezes sentimentos contraditórios, momentos de dúvidas, de ansiedade, especialmente se você for adolescente. Você pode estar sonhando com esse momento há muito tempo ou talvez tenha sido surpreendida por uma gravidez inesperada. Mas o que fazer quando uma gravidez é descoberta? Bom, para começar, é preciso iniciar o mais breve possível o pré-natal em uma unidade de saúde. “É importante fazer o pré-natal logo cedo para mulher ser avaliada, receber as orientações, para saber importância de se manter saudável, quais vacinas são necessárias tomar e também receber orientações psicológicas” explica a Gerlivia Maia Angelim, técnica da coordenação da Saúde da Mulher do Ministério da Saúde.
Segundo a enfermeira obstétrica, é durante todo o pré-natal que o profissional de saúde deve ficar atento ao estado da gestante, identificar possíveis intercorrências, e trata-las, esclarecer as dúvidas, acompanhar os incômodos normais desse período, como náuseas, enjoos, cansaço, sono e orientar sobre mudanças que contribuem para o desenvolvimento do seu bebê. “Nas primeiras consultas, a gestante sabe quais são as indicações de medicamentos, como ácido fólico, que é comum para qualquer gestante e pega as solicitações de alguns exames”, esclarece Maia. Cuidado com a pressão alta Durante as consultas são realizadas as verificações do peso da gestante, cálculo do Índice de Massa Corporal e ganho de peso, e aferição da pressão arterial. “É preciso ter muito cuidado na gestação com a questão da pressão alta. Por isso, é preciso manter uma boa alimentação e verificar sempre a pressão, para que ela tenha um parto saudável”, orienta a técnica da Saúde da Mulher. O acompanhamento periódico e contínuo das gestantes é fundamental para assegurar a saúde da mãe e do bebê. Mas essa preparação vai além do pré-natal realizado na unidade de saúde. A leitura da caderneta da gestante amplia o conhecimento sobre a gravidez, mudança do corpo, desenvolvimento do bebê e participação do homem em todas as etapas. “Na caderneta, ela encontra um guia para entender como se dá a transformação da gravidez, o parto e o pós-parto, bem como as etapas do desenvolvimento da criança. São informações fundamentais para o engajamento do homem com a família, criando vínculos afetivos saudáveis entre as pessoas envolvidas”, salienta Maia, ao lembrar que a caderneta da gestante deve ser lida também pelo pai ou parceiro. Cuidados com a nutrição Aquela história de que grávida come por dois já está mais que batida. Isso é errado! A alimentação é um dos aspectos mais importantes para a formação de um bebê saudável e para mãe não ter complicações. A gestação, de fato, dá mais fome e faz com que os nutrientes sejam absorvidos com mais facilidade. Contudo, o sobrepeso da mãe pode provocar uma diabetes gestacional, problemas de pressão e gerar complicações no parto. Por isso, durante a gestação, procure ter uma alimentação saudável e diversificada, rica em alimentos naturais e com o menor processamento industrial possível. Isso é importante para sua saúde e bem-estar, e para a formação e o crescimento adequado do bebê. Gerlivia Maya orienta como equilibrar a alimentação durante a gestação. “É importante uma alimentação saudável e variada e beber muita água, para favorecer sua recuperação e a amamentação. Comer 5 ou 6 vezes por dia, evitar alimentos gordurosos, café, chá-preto, refrigerantes, chocolate e produtos com corantes e adoçantes, e comidas muito temperadas”, explica. Apoio familiar A emoções vividas, os sentimentos ao longo dos nove meses podem impactar na formação da criança e no parto da mãe. Foi o que aconteceu com Juze Teixeira, de 36 anos, mãe da Cecília, de 4 meses. Quando ela estava grávida, o pai dela sofreu um acidente e ficou tetraplégico. “Foi um momento que eu vi que eu precisava ser forte pela minha filha e pela minha família. Tive que correr atrás de tudo, mas ter o apoio do meu companheiro nesse momento foi fundamental. Pude dividir meus anseios com ele, pude contar com ele nos momentos de vacinas, do meu medo de algo acontecer. Contar com esse apoio me deu mais tranquilidade”, relata. Os profissionais de saúde têm um papel fundamental para conduzir clinicamente os casos como o da Juze. “Foi durante pré-natal que eu tive a orientação para procurar um psicólogo, porque eu fiquei muito emotiva, eu chorava bastante e estava preocupada e todos os profissionais foram fundamentais para eu desempenhar minha gestação da maneira mais saudável possível, tanto física como psicológica”, conta a mãe de Cecília. É importante destacar que um pré-natal de qualidade deve haver uma relação de confiança entre paciente e o profissional de saúde. “É muito importante buscar auxílio, buscar apoio com os profissionais. Toda mulher deve sim procurar o serviço de saúde, pesquisar e fazer um bom pré-natal”, avalia a mãe da Cecília. Além disso, ela reforça a importância do apoio familiar e do companheiro. “A gestação que é um momento muito bonito, muda tudo na nossa cabeça, nossos hormônios, então a gente precisa de ajuda familiar e médica”, finaliza Juze. (Fonte: Luíza Tiné, para Blog da Saúde)